Novo Ensino Médio pode trazer estresse e impactar a saúde mental
Nos últimos anos, a reformulação do Ensino Médio no Brasil trouxe mudanças significativas para a vida dos jovens. O novo modelo de ensino, implementado nas escolas a partir de 2022, introduziu a flexibilização curricular, permitindo que os estudantes escolham áreas de conhecimento de maior interesse. No entanto, apesar de oferecer mais autonomia e alinhamento com o futuro profissional, a nova estrutura tem contribuído para aumentar a pressão sobre os adolescentes.
Afinal, escolher uma carreira em idades tão precoces pode gerar uma carga emocional significativa, afetando a saúde mental. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% dos adolescentes em todo o mundo sofrem de transtornos mentais, sendo a depressão e a ansiedade as condições mais comuns.
Áreas de interesse
O novo modelo de ensino exige que os adolescentes decidam, muitas vezes aos 15 ou 16 anos, por uma área de interesse — ciências exatas, humanas, biológicas ou técnicas. Esse processo tem o propósito de preparar os jovens para o mercado de trabalho, mas tem contribuído para elevar os níveis de ansiedade. Ainda segundo estudos da OMS, a pressão escolar é uma das responsáveis pela prevalência dos transtornos de saúde mental.
Para o hebiatra da FUNDAFFEMG, Dr. Paulo César Pinho Ribeiro, a pressão para decidir cedo o futuro profissional pode ser prejudicial. “Muitos adolescentes ainda estão em fase de autoconhecimento. Pedir que tomem decisões tão importantes nessa etapa da vida pode gerar estresse e ansiedade. Além disso, a competitividade excessiva dentro das escolas só agrava esse quadro, com os jovens ficando cada vez mais inseguros sobre o futuro”, diz.
O papel dos pais
O novo modelo de ensino possibilita uma escolha de áreas de interesse. Contudo, essa liberdade é acompanhada de uma responsabilidade que nem todos os jovens estão prontos para assumir. Por isso, o acompanhamento próximo de pais e responsáveis nesse momento é essencial.
“Os adolescentes estão passando por uma fase de grandes transformações físicas e psicológicas, e o peso de tomar decisões tão importantes pode ser grande demais. O diálogo em casa precisa ser constante, assim como a oferta de apoio emocional. Os pais devem evitar impor expectativas irreais e devem encorajar a descoberta gradual de interesses e habilidades”, afirma Dr. Paulo.
Além disso, estratégias como a criação de uma rotina equilibrada, com apoio psicológico e uso de técnicas de relaxamento, podem ser grandes aliados na preservação da saúde mental. Na FUNDAFFEMG, o programa Oficina do Futuro é uma boa oportunidade.
Sem cobrança de coparticipação, os beneficiários atendidos recebem informações sobre a escolha da profissão e também participam de oficinas sobre a adolescência que incluem a preparação para a prova do Enem. Procure a Central de Atendimento e saiba como participar do programa.