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Enxaqueca: o que é importante saber

20 de março de 2023

Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), cerca de 140 milhões de brasileiros sofrem com dores de cabeça, representando mais de 50% da população do país que, atualmente, é de mais de 213 milhões de pessoas, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cefaleia, nome popular da dor de cabeça, é um dos sintomas médicos mais frequentes, representando cerca de 4,5% dos atendimentos em unidades de emergência e pode ser definida como primária e secundária. As primárias se referem aos episódios recorrentes de dor de cabeça, enquanto que as secundárias representam o sintoma de uma doença subjacente neurológica ou sistêmica, como meningite, dengue ou, até mesmo, um tumor cerebral.
Mas e a enxaqueca? Também conhecida como migrânea, ela é um tipo de cefaleia com base biológica, ou seja, que afeta pessoas com essa predisposição genética. Ela pode ocorrer em qualquer fase da vida, inclusive na infância, mas manifesta-se com mais frequência em adolescentes e adultos jovens, acometendo mais as mulheres do que os homens. A doença se caracteriza por crises periódicas constituídas por fases. O período dos sintomas premonitórios precede a cefaleia por horas ou até dias, quando o paciente pode apresentar irritabilidade, raciocínio e memorização mais lentos, desânimo e avidez por alguns tipos de alimentos. A aura é caracterizada por um distúrbio visual, que pode durar de cinco a 60 minutos, formado por flashes de luz, perda ou distorção de um dos campos visuais ou de parte deles, formigamento e fala desconexa. Já a cefaleia é marcada por forte intensidade, latejante, pulsátil e que piora com as atividades do dia a dia. Ela pode vir acompanhada de náuseas, vômitos, fotofobia e fonofobia.
A ocorrência das crises de enxaqueca pode estar relacionada ao consumo de determinados alimentos e bebidas, como queijos maturados, vinho, iogurte, frutas cítricas, cerveja e chocolate. Jejum prolongado e ingestão insuficiente de líquidos também podem estar envolvidos no desencadeamento desse tipo de dor de cabeça. Além disso, transtornos do humor, estresse, falta ou excesso de sono, ciclo menstrual e automedicação também são gatilhos para as dores. “Apesar dos estudos publicados não serem conclusivos, a análise do consumo alimentar se mostra uma estratégia relevante na prática clínica para a eventual identificação e controle de alimentos que possam desencadear ou agravar crises de enxaqueca. Por isso, a mudança nos hábitos de vida é um grande aliado no tratamento”, afirma a neurologista do Hospital Madre Teresa Dra. Daiane Magalhães.
Segundo a médica, a enxaqueca é uma doença incapacitante. Por isso, a SBCe criou um comitê para estabelecer consenso sobre o tratamento profilático da doença. O grupo estabeleceu recomendações para serem difundidas entre os profissionais da área médica. “Porém, o mais importante é realizar uma terapia profilática em todos os pacientes acometidos pela migrânea, a fim de melhorar sua qualidade de vida, reduzindo as crises, sua frequência e intensidade e, sobretudo, diminuindo o grau de incapacidade relacionado a elas”, diz.
Métodos complementares
Sendo assim, o tratamento profilático deve ser realizado com base nas morbidades associadas e nos fatores desencadeantes, seguindo critérios como: frequência das crises, grau de incapacidade, ineficácia, intolerância, uso abusivo ou excessivo de medicação durante as crises. Além dos remédios, a adoção de métodos não farmacológicos auxiliares também podem contribuir para o bem-estar do paciente que sofre de enxaquecas. Técnicas de relaxamento, terapia cognitiva comportamental, psicoterapia, dieta específica e individualizada, fisioterapia e acupuntura são bons exemplos de recursos complementares ao tratamento.

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