As relações sexuais desprotegidas abrem caminho para as enfermidades
Seja durante o Carnaval, em shows e eventos ou outros momentos festivos, uma simples paquera pode se tornar em um beijo na boca ou até mesmo em uma relação sexual. E são nesses contatos íntimos que mora um grande perigo, que pode trazer consequências graves para a vida: a contaminação por Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Entre as doenças desse grupo mais conhecidas, estão o HIV/AIDS, sífilis, hepatites B e C, gonorreia, HPV e herpes.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2023 houve um aumento de 4,5% nos casos de HIV/AIDS em relação ao ano de 2022. Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o diagnóstico de sífilis nas Américas aumentou em 30%, entre 2020 e 2022. Também segundo o Ministério da Saúde, a Hepatite B foi responsável por 21,7% dos óbitos no Brasil entre 2000 e 2022, sendo, assim, a segunda maior causa de morte em relação às outras hepatites virais. Os dados são alarmantes e evidenciam a gravidade e seriedade das ISTs.
Use camisinha!
Os preservativos, tanto masculino quanto feminino, são o único método contraceptivo que previne ISTs. Use-o durante todas as relações, seja no sexo oral, vaginal ou anal. Se você não tem dinheiro para comprar na farmácia, os postos médicos distribuem preservativos de forma gratuita.
Outros cuidados
Além da camisinha, é importante que outros cuidados sejam tomados para evitar ISTs:
- Vacinação contra a Hepatite B e HPV. As duas imunizações estão disponíveis no SUS, sendo a contra a Hepatite B acessível a todas as pessoas, e a contra a HPV, apenas para adolescentes de 9 a 14 anos. Na rede privada, a vacina contra HPV está disponível para todas as idades;
- Durante o check-up anual, faça exames para a detecção de ISTs. Você pode estar aparentemente saudável e, mesmo assim, estar contaminado;
- Pessoas com órgão reprodutivo feminino que já tiveram relações sexuais devem realizar anualmente o exame preventivo de câncer de colo do útero, conhecido como Papanicolau;
- Evite compartilhar objetos pessoais pontiagudos, como agulhas, pinças, alicates de cutícula, entre outros;
- Sempre que utilizar trajes de banho úmidos por muito tempo, tome banho imediatamente ao chegar em casa, para evitar contaminação por fungos, a exemplo da candidíase.
Profilaxias: PrEP e PEP
No calor do momento, aconteceu uma relação sexual desprotegida ou a camisinha estourou. E agora? Existem medicamentos que atuam como profilaxias para evitar uma possível contaminação, seja antes ou depois da exposição ao vírus HIV.
A Profilaxia Pré-Exposição, conhecida como PrEP, pode ser tomada antes da relação sexual que tenha a possibilidade de exposição ao vírus HIV. Ela pode ser consumida de forma diária ou sob demanda, entre 2 e 24 horas antes da relação sexual. É indicada para pessoas que tenham risco de contaminação por HIV, como aquelas que frequentemente têm relações sexuais sem camisinha, profissionais do sexo e pessoas que têm histórico de ISTs.
Já a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é utilizada após a relação sexual desprotegida. O uso da PEP deve ser iniciado em até 72 horas após a relação e, a partir daí, deve continuar, diariamente, durante 28 dias.
Ambas as profilaxias estão disponíveis no SUS. Mas, atenção: tanto a PrEP quanto a PEP não substituem o uso da camisinha!
Qualquer pessoa pode contrair uma IST em uma relação sexual desprotegida, independentemente da idade, estado civil, classe social, identidade de gênero, orientação sexual, credo ou religião. Então, previna-se.